A temática da educação está presente nos principais debates sociológicos e políticos da atualidade. No Brasil, dados do PNAD apontam que mais da metade das pessoas com 25 anos ou mais não completaram o ensino médio. Das pessoas de 14 a 29 anos do país, 20,2% não completaram alguma das etapas da educação básica, seja por terem abandonado a escola, seja por nunca a terem frequentado.
Esses dados revelam uma faceta problemática da educação brasileira. As razões que levam a tais números negativos são diversas, mas podemos refletir se a metodologia aplicada contemporaneamente é ou não eficaz.
Neste artigo, apresentamos a Educação Sistêmica, uma das tantas metodologias que têm impactado positivamente o cenário educacional ao redor do mundo, e podem muito bem ser aplicadas à realidade brasileira, buscando otimização e melhora de resultados.
O que é educação sistêmica?
A educação sistêmica é uma abordagem educacional que torna o pedagogo um incentivador da expansão dos alunos para além da sala de aula. Além disso, lança um olhar integral sobre o aluno, buscando o desenvolvimento do ser humano em todas as esferas da vida.
As soluções da educação sistêmica versam sobre três universos intimamente interligados: escola, aluno e família.
Benefícios da educação sistêmica
A educação sistêmica visa alcançar o aluno em sua totalidade, expandindo o campo de influência e atuação da instituição de ensino e do educador sobre a vida do educando. Com isso, a educação sistêmica combate o baixo rendimento escolar, já que o aluno se sente equilibrado em todas as dimensões da vida.
Além disso, dispõe o aluno e diminui a falta de atenção durante a aula, pois permite ao educando livrar-se de cargas emocionais e preocupações que roubam o interesse no conteúdo apresentado em sala de aula.
A integração familiar também é uma consequência direta da aplicação da educação sistêmica, já que o aluno individualmente passará a sentir-se mais pertencente ao sistema familiar, atraindo naturalmente pais e mães para a realidade escolar.
Todos esses benefícios ocorrem porque a educação sistêmica busca investigar as razões emocionais por trás dos problemas que o aluno apresenta na escola. Geralmente, a raiz profunda dessas razões está justamente nas relações familiares.
Quando há problemas no seio familiar, o sistema do aluno entra em desequilíbrio, passando a evidenciar momentos de dor, rejeição, desentendimentos entre seus pais ou ainda a própria pressão perante os colegas na escola.
Como é aplicada a educação sistêmica
Para que a educação sistêmica seja aplicada, é necessário que o educador tenha conhecimento sobre Constelação Familiar, de modo a conseguir aplicar suas leis na prática pedagógica.
A Constelação Familiar é um método que estuda os padrões de comportamento de grupos familiares através de suas gerações. Na visão da metodologia, todos nós trazemos comportamentos atuais que são, em certa medida, reflexo daquilo que nós ou nossos antepassados enfrentaram no passado.
O educador deve desenvolver a capacidade de compreender cada aluno em particular, identificando os problemas mais tangíveis e a influência familiar na geração de cada um desses problemas.
Problemas com as metodologias tradicionais
As metodologias de ensino tradicional acabam sendo, por vezes, reducionistas, pois não levam em conta no processo de ensino todas as dimensões da vida do aluno. Além disso, algumas visões pedagógicas buscam formar o aluno somente como um cidadão ou profissional, instrumentalizando desse modo a educação para fins materialistas. A consequência disso é que as pessoas não conseguem enxergar na educação um meio para a felicidade, que é o fim último de qualquer ser humano.
Como colocar a educação sistêmica em prática
Respeitando a lei da ordem, o primeiro passo para colocar em prática a educação sistêmica é justamente posicionar os pais como os principais responsáveis pela educação dos filhos. Ainda que a escola e os educadores estejam na ponta, a função principal de educar é sobretudo dos pais. Desrespeitar isso é gerar um desequilíbrio no sistema.
Em seguida, é importante incentivar ambientes mais participativos. Na educação sistêmica não há espaço para alunos posicionados enfileirados, como num exército. Pelo contrário, os espaços devem ser acolhedores e incentivar o diálogo e a troca de experiências.
Além disso, é essencial garantir que seja criado um sentimento de pertencimento, onde cada aluno sinta-se igualmente importante dentro da sala de aula, havendo liberdade total para compartilhar dificuldades ligadas ou não à matéria teórica apresentada.
Por que é importante que professores e educadores conheçam a Constelação Familiar?
A Constelação Familiar representa uma importante oportunidade para professores e educadores por diversos fatores. A seguir, apresentamos alguns:
- Gera um ambiente com maior disciplina;
- Aumenta o nível de atenção por parte dos alunos;
- A formação integral do aluno é valorizada;
- A família passa a envolver-se mais com a escola;
- Os alunos sentem-se mais integrados;
- Forma crianças mais éticas.
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